16 de maio de 2017

Eco: competência dos fofoqueiros


O eco das palavras, a velocidade do que é dito
paredes que dialogam, paredes que tem ouvido
o limite do verbo, a distância percorrida: infinito.

O eco dos discursos, ondas sonoras até o alheio.
Do inteiro, chega apenas metade da parte do meio.
O dito é distorcido, torcido, assim tem sido, ido.

O eco do ser é seu verbal. Seu silêncio também.
Não basta somente dizer. É necessário calar
e deixar quem queria escutar, enlouquecer.

"Não alimente os animais", dizia a placa do bosque
é uma questão de senso, de obviedade:
não dar tanta trela para qualquer novidade.

O eco faz do cotidiano uma novela
uma dramaturgia mexicana
um inferno de Dante relançado semanalmente.

O eco é a competência dos fofoqueiros
é a posse dos fúteis.

O 'dizer de' para 'quem', é a fórmula
do não se conhecer, da falta de habilidade social.
É o fracasso do conhecimento
da falta de filosofia de vida.

 

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