29 de outubro de 2017

versos de esperança pela ausência de motivos (I)


lá na frente
não há motivos
acredite,
só há desesperança

a cabeça não esquente
só estamos vivos
acredite,
pra fazer lambança

nem a morte
motivos tem
faz por diversão

pra nossa sorte
sabemos bem
que viveremos em vão.

vodka


vodka
meia caneca
cueca no chão
uns artigos para ler que agora não serão lidos
vou devorar
pedaços de alguém
calcinha no chão
vi um fantasma na piscina, vi no sétimo andar
não olhei de novo, por receio de que ainda estivesse lá
ou por receio, de que fosse um humano.

vodka
goles dela
goles de mim
goles do meu rim
goles de escuridão
e de biologia.

vodka
o cansaço
é de aço
meu corpo é de ninguém
sabe se lá se é meu

da vodka todo mundo
bebe um pouco
pra espantar o vazio
de estar cercado
de embriaguez dos norm    ais

onde está sua roupa, rapaz?
"onde está sua vida, sua paz"?


28 de outubro de 2017

Chess


um movimento
xeque, diz.

um só momento
ser feliz.

vi nesse tabuleiro
peão enfrentar rei

ainda que só um
unzinho, minúsculo

e os outros trabalhavam
pra defender
"as peças mais valiosas"

peça mesmo
é o que a vida prega
quando em xeque
arregar, ninguém nega.
 


27 de outubro de 2017

dia de outubro do passado



Ela sorri, como se não fizesse sentido o que acabará de escutar.
Sorri de maneira vazia, sorri com o vazio, sorri com tranquilidade.
Seu sorriso é bonito, não é falso, mas é falsidade.
Até a respiração que tem é pura falsidade, inadmissível.
Mas continua sorrindo: se fosse meu sorriso, já estava cinza.
Não é, então ela sorri.
E sorri por não ter entendido. Não a frase. A vida.
Seu sorriso é puerilidade, é nonsense. É apenas um sorriso.
E não pode ser, não se pode ser.
Um sorriso tem que ser mais que o ato de sorrir.
Voltemos ao fato: ela sorri.
Quem lê esse poema se pergunta incrédulo: Como?
É meu caro leitor, minha cara leitora, ela simplesmente sorri.
E a televisão está ligada, nove mortes.
E o celular a todo momento lhe dispara mensagens para sorrir.  
Ela só sorri.

Desse poema, ela não sorri
provável que nunca existiu
naquele rosto que é sorriso

talvez eu veja sorriso
onde só existe antidepressivo
e eu acho que aquilo
é estar vivo

enquanto habilmente
não sei se com sabedoria da própria ignorância
não sei se com ótima perspicácia de que sorrir convence mais que argumento
mas ela sorri.

25 de outubro de 2017

24 de outubro de 2017

necessário desnecessário


essa necessidade
de ter necessidade
a qualquer custo
muito me custa
muito me assusta

essa sensação
desnecessária
de se sentir fútil
de maneira
sutil

essa desnecessidade
é o que temos
de fingir sempre ser
o que não podemos?

ponto de interrogação
enquanto declamo
e derramo afirmação

a poesia me custa
e em verbo
me encurta
enquanto faço
são paulo
caber
em viterbo

23 de outubro de 2017

Skylab na madrugada enquanto a insônia surge



lendo Skylab
enquanto o mundo se explode
lendo quem sabe
que tudo se fode, pode, acode

parece escritor meia boca
e é
Mas é também meio olho
e meio verdade de molho
enquanto me toma
o café
 

22 de outubro de 2017

haicai no trono







eu estava no banheiro
fazendo menos cagada
do que fora dele

margina só

i
margina só
se pobre
tem onde cair vivo.

Margina só
pelas avenidas
vidas sofridas
até sem solidão
porque a solidão
a ele
é indiferente

até a ponte
tem concorrência
viver na ponte
é ter decência
onde morar

pobre mesmo
é
pobre a esmo

cansado
de vaguear

esmola?
tem pé na sola?
do chinelo
vou dar esmola
pra quem tá na rua
tocando violoncelo

"homem forte
podia tá trabalhando"
comenta o homem
do seu carro
no ar condicionado

enquanto o sol lá fora
o homem forte
devora
ou é o homem que devora o sol?

vão ler drummond
onde
o sol
do homem
se esconde.

Crônica



Só acha crônica engraçada
quem não entendeu nada
crônica é fruto de desgraça
é história de bebum de praça

Crônica nunca é cômica
tá mais para diabo sorrindo
problema do inferno surgindo
uma dor de dente tônica

crônica é crônico problema
loop de aflição cultural
cerveja com gosto de sal
reflexão sobre o mesmo dilema

cronista é fingidor
pior que poeta, se quer saber,
e só por isso, mas só por isso
é que vale a pena ler.

18 de outubro de 2017

Dosagem



Toda prática se mantêm
como condição de conforto.
A inovação também é mesmice.
Sempre querendo inovar, não?

Tudo é produção.
A escolha das palavras
é a superfície do convencimento.
A felicidade também é ideologia
a tristeza, condição para mudança.

A dosagem é a questão.
O controlar-se é a ironia da vida.

Ver sentido em tudo, é sufoco,
certamente, a decência de afirmar
a inutilidade do prosseguir
é condição de conforto com o desconfortar-se.

A dosagem é a questão?

14 de outubro de 2017

Água para peixe



Escrever
não é criar
é morrer

Ler
não é conhecer
é desaprender

Na rua
galhos
secos olhares

escrever
é reinventar
confusão

10 de outubro de 2017

desabafo mesquinho e a febre

febre
daquelas de matar a morte
daquelas de matar defunto
daquelas de rezar

não mais
febre é desgraça para os outros

até o vírus
se contorceu de dó


dipirona, água
"tem que se hidratar"
mas eu só era água em ebulição,
daí a febre.

que merda sou no mundo
que adubo de verme!

mas eu comi rúcula
e comi minha estupidez
agulha no meu corpo
puta que pariu
o que fizeram comigo?

em uma hora eu era deus
na outra eu era
e na outra eu quase não era
mas não morri

ou morri
e continuar vivendo
é o inferno
é pra pagar meus pecados

que pecados?

deus nem existe
Nietzsche o matou
por isso Nietzsche morreu de febre?

mas tá bom
cá estou escrevendo poesia
seguindo minha vida cheia
de coisa vazia,

agora sim o mundo vai ver o que é empenho!
ninguém nunca vai conseguir assistir tanto desenho!

antes que me esqueça
fui na UPA, na treze de maio
eu era cor verde, baixa relevância
até deus era mais provável
que ser atendido.

fui na UNAERP também
puta que pariu
não me atenderam, era fim de semana
disseram que só tenho direito a ficar mal
de segunda a sexta
mas é compreensível

sou muito insensível
com as coisas.

estou sendo mesquinho
eu sei
estou vivo


mas se fosse pelos médicos babacas...
depois querem inventar medicina alternativa
alternativa ao que? nem tem medicina
nessa cidade.

que poema longo
parei
eu devo ser só
um livro do Kafka
 

5 de outubro de 2017

Poesia do mato




Muito do que se diz postagem
é na verdade pastagem
pra gado e graduado comer

4 de outubro de 2017

no banco


Tanto ouviu dizer quem
tanto escutou o quando

ficou só, esperando.

3 de outubro de 2017

Com texto verbal

 
A sociedade se acostumou a chamar de utopia o que ela tem preguiça de tentar

2 de outubro de 2017

1 de outubro de 2017

Cara, que poesia estranha, mas gostei



Não escrevo mais sobre amor, noto o assunto com ressalvas
da vez que amei a pessoa, briguei com a filosofia que ela tinha.
Coisa estranha, brigar...
ainda que na tv isso seja aplaudido.
Aliás, quanto tempo faz? já vai pra anos, não lembra?
tudo era euforia e contentamento, até a igreja me estuprar, de novo.
Vou lavar meus pecados, mas não vai ser na máquina, nem de lavar, nem do tempo.

Bom dia! Eu pensava. Fiz versinhos novos para você rasgar.
E sorria, tonto que era, feliz que fui, em direção nenhuma.
Aprendizagem?
Por acaso sou pedagogo?
Tenho cara de quem quer ver a vida ensinar algo?
Fiquei com vontade de falar palavrão, mas sou comportado.

Não escrevo mais sobre o amor, ele é uma puta,
não, putas sabem amar. Só não dizem.

Poesias românticos são trágicas, são belas falsas folhas de rosto.
É sim, um demônio a me assombrar. Um pedaço de carne podre,
mas, oh, como desejo não desejar, se pudesse, arrancaria memórias
como quem queima poemas antigos.

Valores tradicionais confrontam as possibilidades
dão sentido para a medíocre existência.
Eu só queria não querer, queria me contentar

mas não, noto o assunto com ressalvas
só não as tenho.

Amizade perdida - enviado e escrito por Igor José



Tu retirou a afeição

Apenas me disse
"Estou respeitando seu espaço
A cicatriz irá fechar com o tempo"
Eu pensei que a amizade ia voltar
Que as coisas seriam como eram
Me afastei
Me esquivei

E percebi que tanto faz
Eu estar por perto ou não
A amizade ja tinha acabado

Comentários sobre política, educação e desigualdade social



Política, vamos lá. O texto vai ser meio extenso, sem muitas ponderações verbais.
Não é um assunto que me agrada muito, mas tenho que dar minha opinião, o silêncio é algo que admiro, mas que não consigo praticar com frequência.
Muito se tem falado a respeito de corrupções, erros de gestão, prisões, mudanças políticas, e, pelo que tenho visto, as campanhas eleitorais já falam de novo modo de governar, acusam um de lá, outro de cá.
Para ajudar, temos em alguns países considerados os mais potentes do mundo, como os Estados Unidos (piada?) da América e a Alemanha, problemas e afirmações que o brasileiro não consegue deixar de comentar. Seja para criticar as ofensivas verbais, seja para elogiar o antiesquerdismo. Tudo falta de raciocínio lógico, claro. Alguns muitos até conseguem igualar que o Brasil só vai para frente se tivermos um Trump no poder. Denominam Jair Bolsonaro como esse ideal de Trump.

A lógica, pelo que pude perceber, é a seguinte: como o esquerdismo tem fodido com nossa vida, devemos adotar o conservadorismo e/ou o centro-direita como forma de governo.
O que, claramente, não muda merda nenhuma. Como se pode prever, conhecer e até mesmo como já ocorreu, se observa pelos noticiários que não é um ou outro que desviou verba e verbo. São quase todos, para não dizer que todos! Independente de maneirismos ideológicos, o de esquerda, o de direita, o de centro, o de misto, o do caralho a quatro, roubaram!

Tive uma breve troca de frases esses dias com uma docente, na qual apontou-me que o PT acabou com o país. Concordei parcialmente. O país não acabou, o que o PT fez foi acabar com o PT. Os rombos nos caixas são colaborativos. Do mesmo modo que Lula roubou, Temer roubou. Não há menos pior nisso. Questionei-a dizendo que essas fraudes não ocorreram e nem ocorrem somente no Brasil, mas que é sim uma falha geral. Os governos do mundo todo só existem para isso, afirmei.
Eis que a beata da professora me retruca dizendo que nos EUA roubam, mas não tiram dos pobres para enfiar no próprio bolso. Na Itália roubam, mas ninguém passa fome e fica sem merenda por conta do roubo e, que não era do mesmo tanto que no Brasil.
Esse é um argumento interessante. Estúpido, claro. O que se está questionando, seguindo essa lógica, não é o roubo, mas a quantidade e qualidade do mesmo. Não se perguntam como os EUA se mantêm como potência se não a custa de seu próprio povo? Sempre sobra pra alguém. Óbvio que algumas outras nações são "escravizadas" para manter a meritocracia estadounidense.
A pergunta que me faço é: será que são as pessoas lá na gestão do país que são o problema?
Tenho certas ressalvas quanto a isso.
Entenda que não pretendo tirar a responsabilidade dos acusados, pelo contrário, investigações são necessárias e indispensáveis. Só tem um problema: vão retirar todo mundo que roubou, mas vão mudar o ambiente (leia-se forma de governar) para que os futuros governantes não façam a mesma coisa?
É mais do que fato comum que o ambiente em que as pessoas vivem modificam seus comportamentos. Olhe ao seu redor, observe seu cotidiano. Vai dizer que és totalmente livre para não fazer ou fazer as coisas? Certamente consegue compreender que onde vivemos e o que fazemos modelam nossa vida. E, está se perguntando, "então tá querendo passar a mão em bandido? tá dizendo que os políticos só roubam por conta do ambiente que vivem e por conta da forma de governar?"
Basicamente não e sim. Não considero satisfatório passar a mão em bandido, ainda mais político. Mas tenho mais do que certeza de que, mesmo prendendo todos ali e, não mudando nada na forma de gestão ou de concentração de poder, nada vai mudar. N-A-D-A. Continuará tudo como antes. Roubos, desvios de verba, baixa preocupação com a educação e saúde, gastos desnecessários em outros setores.
Não me venha com papo de "é esquerdista mesmo", "comunista", e outros blá-blá-blá de gente que não pensa a respeito. Note o seguinte: numa escola onde os alunos não se dedicam, os professores se acomodam, passam lá suas provas, não há muita mudança. Quando um professor chega nesse local, está com muito ânimo, quer mudança. Dê um ano para ele (a), ou menos, estará, muito provavelmente, igual aos demais. Falta-lhe motivos para continuar tentando a diferença. A não ser que as contingências (circunstâncias do local) mudem, como por exemplo, um diretor que agora auxiliará os professores com o método, ou, professores de apoio, salas mais adaptadas, horários mais flexíveis, etc.

Entende?

Não é culpa dos professores a falta de interesse em dar aula. Não é culpa dos alunos não se interessarem por estudar. Faltam-lhes reforçadores (motivos para tal). As vezes uma única variável a mais pode modificar esse processo, gerando alunos e professores satisfatórios. E, certamente, isso só é possível recompensando o comportamento desejado (de estudar), digo por conta própria isso. E não fazendo o que fazem, ou seja, punindo e tentando parar outros comportamentos (gritar, impedir de sair, dar nota baixa). A curto prazo a punição de determinados comportamentos pode até ser efetiva. Mas dê um tempo a mais e note que isso não gera resultados bons, só prejuízos.

Mas, voltemos ao tema. A questão que tenho pensado é a seguinte: os governantes que consideramos que governam, são meros fantoches. Dilma, Lula, Temer, Calheiros, Bolsonaro, PT, PMDB, PSDB, PSOL, tudo farinha das mesmas empresas. No fim das contas, Bancos e Empresas Internacionais é que defendem seus interesses no ringue. Esses nomes e siglas aí só querem tirar umas esmolas bilionárias. Esmolas, sim! Para o tanto que as empresas (principalmente bancos) lucram com certas leis brasileiras...

O problema é que o povo brasileiro quer que alguém se foda, é só isso. Não consegue notar o quão irrelevante são os noticiários. Aliás, alguém aí acompanha o que tem ocorrido na prefeitura da própria cidade? Garanto que é mais relevante saber o que prefeito e vereadores tem feito do que saber quando o quatro dedos e o Temeroso roubaram, ou discutir se esquerda ou direita é melhor, garanto! Essa é uma boa hora para saber mais da política do seu bairro, da sua zona habitacional.

Conclusão: é importante o que tem ocorrido no cenário político/social brasileiro, mas nada muda se o ambiente em questão não mudar. Novos integrantes vão entrando, se adequando ao modo atual de governança por politicagem e charlatanismo, e repetindo o que temos visto até então.
Meu texto é meio básico e até previsível. O óbvio me agrada, leitores.



Outras coisas mais:

A reforma trabalhista tem sido discutida, e, como já dei minha opinião, não parece em nada com o que tem sido veiculado na mídia. Não vai prejudicar mais o trabalhador, isso já tem sido feito faz muito tempo, não é a lei que vai alterar algo. No entanto, parece estranho que alguns grupos sociais sejam totalmente contra ou totalmente a favor. Há pontos razoáveis nas "mudanças". O primeiro dele é que a lei não é uma coisa nova. Ela simplesmente está se adaptando ao que já ocorre hoje em dia, não o contrário. O segundo ponto é que a lei deveria manter a integridade do trabalhador, isso está sendo desconsiderado. Jornadas de trabalho com carga horária desumana estão sendo propostas. Não é válida a comparação de que em outros países o trabalhador fica mais tempo no trabalho. Eles que tem que diminuir, não o Brasil aumentar. Vale destacar também que tempo no serviço não é, necessariamente, tempo de serviço. Garanto que, com essas modificações, comportamentos de esquiva no trabalho serão mais acentuados, gerando incômodos entre mandantes e funcionários. A lei não vai aumentar produtividade e lucro, só vai acentuar a rotatividade entre funcionários, maiores demissões a curto prazo, já que os empresários vão sempre colocar a culpa da má execução trabalhista nos trabalhadores, sem se atentar para o quanto o ambiente de trabalho formal e informal afeta a produtividade, bem-estar e lucro de ambos.

A reforma educativa, proposta pelo MEC, segue a mesma ignorância. Propõe coisas que não serão cumpridas. O que mais chama atenção é o fato de "dar autonomia para o aluno escolher as matérias" que quer cursar, claro que, com bases obrigatórias. O aluno será preparado para escolher? Ou vão dizer que o livre-arbítrio será respeitado, deixado ao léu? Garanto que a Biologia, bem como a Filosofia, tem seus valores. Biólogos que não reconhecem bases filosóficas nos pressupostos biológicos são, certamente, ignorantes. Filósofos que se preocupam mais em defender seus esquerdismos são problemas, não ensinam as pessoas a pensar, apenas demarcam ideologias e valores, isso não é filosofia.
Não sei bem ao certo como se dará essa divisão e escolha, vamos pagar para ver. Não muda muito, de fato, já que, ao menos nos colégios públicos que frequentei, as pessoas estavam na aula, mas não se concentravam nela. É realmente inútil ficar sentado numa cadeira, ouvindo um fantoche falar coisas que tu não vê sentido. Isso ocorre tanto na aula de biologia, matemática, quanto de filosofia, sociologia. O problema não é se é obrigatório cursar tal coisa ou não, mas como isso é passado, quais as relevâncias, e a gestão de ensino. O MEC, mais uma vez, ignora essas pautas. Propõe mudanças sem qualquer sentido. Isso me faz ser indiferente quanto ao que vai mudar, já que nada vai mudar. Talvez a curto prazo seja bem diferente, a longo prazo, a mesma merda.

No fim das contas, sei que esses assuntos são só modismos verbais. A desigualdade social está cada vez mais acentuada. O lucro se tornou o único objetivo razoável. O cooperativismo tem perdido força, o modo de gestão agressiva e o vale-tudo tem tomado proporções maiores.

Minha previsão?

Bem, não me considero muito interessado em política, mas penso que esses assuntos vão se arrastar por um bom tempo. Nas próximas eleições, alguém que já está nesse sistema corruptível vai ganhar, vai propor diversas mudanças, não se terá muita diferença. Talvez sejam as eleições com mais votos nulos/brancos aqui no Brasil, o que é um ponto importante.
Haverão algumas manifestações sobre diversos temas, principalmente durante o período eleitoral do ano que vem. A verba destinada a pesquisa será reduzida novamente, a desigualdade social apresentará índices relativamente menores, o que não garante qualquer variação real. O desemprego terá diminuído no país, mas a renda e trabalho informal ganharão mais pessoas. Quanto a educação, mesma coisa de hoje.
Certo que outros nomes virão a mídia, mas o comportamento igual ao dos que já estavam governando. Partidos soltarão faíscas, serão agressivos um com os outros, falarão que um roubou menos que o outro, por isso são melhores.
Pessoas e grupos sociais ficarão discutindo mudanças enquanto tudo seguirá na mesma vibe. Outros mais, baterão palmas por certo sujeito ser preso, e no lugar dele, um igual estará no poder.

Espero estar totalmente errado.

3X7 - Haikais diversos


Balança o coqueiro
chuva em setembro
quase não me lembro.


Diálogo com o passado
parece que o futuro
quer tu presente, ao lado.


Desliguem o poste:
já tão de noite
não precisa holofote!


Ouvi uma guria
cantando assobios
longos, densos, vazios

O nada
por excelência
é só ausência.


uma estrela cadente
atravessa o olhar
do homem decadente

teu apelido
em espanhol
é minha certeza

Poesia nua



Arte
é
qualquer coisa
mas
não é
coisa qualquer.