30 de julho de 2016

Parada Solicitada (1)








Observação:
Como tantos mais, ainda que more afastado do centro, o jeito é usar os pés, e caminhar, caminhar, caminhar. Ou, aos que se dão ao luxo, ou gostam de adrenalina, dirigir pelas ruas dessa encantadora (cratera) cidade.

Abraços, leitores.

27 de julho de 2016

Recl-amava


Ela sempre reclamava
ou do amor que era demasiado
ou do amor que faltava,
engraçado é que me tinha ao lado
e sorria.
Aquela santidade nunca convenceu.

Eis que num belo dia,
de certo por falta de poesia
disse-lhe,
"o problema não é você, sou eu".

Ela já irritadiça com meus dilemas,
disse-me
"de agora em diante
ainda que o amor novamente se levante
é cada um com seus problemas".

Eu, que de besta tenho tudo
fui desbravar o mundo,
fui raso, fui fundo, fui leve.

Eis que num belo dia
em vários, para não mentir,
retorna a maldita poesia
como quem nada quer
fazendo-me correr
atrás daquela mulher.

Ela, sempre no seu orgulho
agora vem e me diz
"cada um com seus poemas".

Atente-se bela dama,
Leminski também dizia

"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima".

digo eu nesse instante
quem não valoriza
a quem te ama
sente um dia a vida vazia.
 
Raiva ou rima
de agora em diante?

26 de julho de 2016

Escangalho do mentecapto


O tempo não volta. Nem as palavras.
O caminho, sempre o mesmo para alguns
sempre distinto para uns tantos.

A vida é uma estupidez
magnífica, simplória em sua complexidade.
Os contratempos, passatempos do perfeito instante
que pretérito se tornará em poucos momentos.

O tempo não volta. (Nem teu sorriso,
gigante teus lábios, gigante teus sonhos,
gigante tua infantilidade. A minha, maior).

O tempo não volta, ainda bem,
o jovem promissor, decrépito velho
no espelho logo se encontrará,
e ficaremos nós a reclamar de tudo?

A vida é uma estupidez
e mais estúpido é aquele
que não tira prazer de algo
que não exige nada dele próprio.
Faça o que bem quer,
mas faça por bem querer.

E te digo, caro leitor,
as ninfas bailam ao redor da árvore
os deuses bebem umas cervejas
o tempo está por brincar com novas rugas
as hienas tiram sarro do que miram.

E já que não possuímos obrigações
(além das que nós mesmos criamos)
e já que não existe essa de céu e inferno
(além dos que nós mesmos criamos)
e já que não nos ficará nada além da morte
à assoprar-nos os fios de cabelos, em momentos inesperados,
pois a vida, a vida é uma estupidez,
vamos rir, rir das desgraças, como hienas,
vamos beber, como os deuses, como deuses,
e tirar prazer, ainda que mínimo prazer,
do que veio e virá.

Isso sim. Isso nos fará melhores.

Ao lamento, a morte.
Aos seres que não se vangloriam por esse imenso nada
Aos seres que acordam de saco cheio, mas
que ficam de pé, lutando contra o próprio cansaço,
Aos seres que insistem e ainda assim são derrotados,
Aos seres que buscam antes o próprio prazer, e depois se possível o alheio,
Aos seres que amam, e que sabem odiar, perdoar e
engolir o próprio orgulho, ainda que imenso,

a esses, a vida,
nesses, há vida.
 

22 de julho de 2016

Poema derradeiro


Este poema, que não era para ser escrito,
que jamais foi planejado, que não se sabe de onde veio.
Este poema, que sepulta o infinito
rito dos românticos. Torna o imprescindível, algo alheio.

Este poema, ele não diz teu nome,
ele não diz pois a pronúncia consome
meu estado de paz, abala ainda, não finda
o eco.

Este poema
tenta
mas não resolve
o problema,
daquela
que tão presente
agora,
se ausenta.
E devora
memórias, sombras daquele sorriso
que assombra feito um demônio
minhas pífias memórias.

Este poema
quer ele, extirpar,
o tal dilema
de te recordar.

Este poema é um grito esquecido,
a terra que sai da pá do coveiro.
Este poema não era para ser lido,
tampouco escrito. (Teu) Poema derradeiro. 

17 de julho de 2016

A vida não exige sentido



Tudo assim, tão monótono,
E você para, sem saber se segue
Ou fica de vez, entregue.

Tudo assim, tão outono,
E você para, implorando a primavera.
O estranho é que lá fora
O Sol inteiro, te espera.

...

16 de julho de 2016

"Leminski", o nome já pesa no título.





Apenas hoje, nesse vago momento.


Aquele hoje
cheio de ontem e amanhã
é coisa para ser apagada,
pois quem vive de passado e futuro
não vive, não vive nada.

Aquele ontem
memórias que traziam
o futuro na margem.
Vejo no hoje
a ausência daquela imagem.

Não digo carpe diem,
pois podem me entender errado.
Vá com calma, encontre-se
e encontre a alguém
que possa sorrir ao seu lado,
sem que julgue a ti e ao teu desejo,
que não viva dizendo "isto é pecado",
repito, alguém que possa sorrir ao seu lado,
e que não faça dessa vida, mero cortejo.

Alguém que compreenda a loucura
e entenda que normalidade não cura
quem já nasceu com a cabeça lá na lua.

15 de julho de 2016

Ainda as cinco pétalas...



Meu bem, não quero a guerra,
nunca fui um soviético adorador de armas.
Eu luto pelo direito de silêncio
e pelas dores poéticas forjadas.
Eu luto pelo amor, esse andarilho
que vira e mexe vem no meu lar
pedir abrigo. Tolo, não nego.

Meu bem, a única guerra que me envolvo
é aquela que nenhum lado perderá.
É a guerra que não exige cara ou coroa,
é a guerra dos sonhos, é a guerra da vida
que já ganha, se perde, já perdida, se ganha.
Minha arma é a poesia, e meu adversário, eu mesmo.

Meu bem, não lhe peço muito, apenas o querer,
que te quero e que possas me querer, então.
Ou, não me querendo, que queira apenas querer
os desejos iguais, pois somos apenas humanos,
míseros humanos sempre procurando algo
para se perder.

Meu bem, é perdendo-se que encontra-se,
não há lógica nos pensamentos, comportamentos,
sentimentos e elementos que compõem o soneto.
O soneto, ele próprio, é falsidade e inútil.
É uma prosa qualquer, sem autoria, e sabeis,
somos apenas humanos, geniais humanos
amantes do verbo amar. Raivosos e furiosos,
mas sempre amando. Ainda que a palavra dura seja para alguns.

Meu bem, estes teus passos apressados,
que me enganam, certamente, me atraem
para um labirinto sem saída.
E eu me meto nesse beco, sabendo as consequências,
feliz por não me iludir e saber bem
o quanto as mulheres controlam a nós, homens.
E o quanto nós, homens, deixamo-nos controlar.
Meu bem, me entristece a guerra e o tédio.
Façamos pois monólogo de desejos bilaterais.

13 de julho de 2016

Cinco pétalas


Você vem.

Ainda claro o dia
beirando o fim da tarde,
como um beija-flor repousando.

Se aproxima
a noite, mas sem pressa
diferente dos passos nossos.

Ao redor, nenhuma paisagem
permeia o ambiente.
Ruas cheias de crateras e calçadas
pela metade, o ar
de um bairro nobre de pobrezas
soberano de suas decadências.

Inventamos contentes uma desculpa
e uma desculpa contente nos inventa.
Sorrir. Isso basta.

Nós vamos.

Rumo a um quadrangular de 1600 metros
mil e seiscentos metros cabem na poesia.
Rodamos, corremos em busca de lugar nenhum
de coisa alguma, de sonhos,
mil e seiscentos metros de sonhos entardecidos
mil e seiscentos metros de prosa
por volta.

Você vai.

Provavelmente se despe, toma um banho,
pois a Lua está por beijar os prédios
e o relógio aponta que pessoas não são morcegos.
E sua noite segue, contente, de um repousar merecido.

Eu vou.

Me dispo, tosco e ríspido, tomo um banho,
pois a Lua me convida para jogar seu jogo
e escrever poesias banais na madrugada. Evito o relógio.
Quatro mil e quinhentos metros de pura poesia
num dia que se espera seis mil e oitocentos metros de solidão
e respiração ofegante, e monólogos de incentivo.
Me visto, feliz pelo imprevisto.
Abandonemos o péssimo humor por alguns momentos,
pois a Lua me convida para sorrir, e esquecer dos problemas mundanos.

Você vem?

Na cara


Está tudo na cara.
Explícito, no óbvio
Até o azul do céu.

A vida, não para.
Poesia, ninguém viu
nem no vermelho infernal.

Tudo. Tudo assim, dito
como manual de instruções.

Um guia, finito, sucinto,
só pode ser obra das razões

O jogo é cara ou coroa
mas nós, loucos e alucinantes
adoradores de causas perdidas
sempre apostamos
"-essa moeda vai parar no meio".

E está tudo
aí, na cara.

A solução
no espelho
me encara.

A vida segue
sem me perguntar
se continua
ou para.

12 de julho de 2016

Poemas paridos numa cafeteria (1)

-Em uma tarde qualquer, numa cafeteria qualquer

"De um poema escrito
sem pretensão no guardanapo
finjo um mundo bonito
deste remendo, deste trapo.

A tarde é infinita
como os passos de solidão
na mesa do café, a escrita
não vale um tostão.

Olho ao lado; ninguém.
Não, nem deus. Amém".





11 de julho de 2016

Da série: café amargo II

Massacrar nossos pensamentos
com arrogância e sem bom-senso,
até que, mínimos elementos
não pareçam problemas imenso,
nem dignos de lágrimas rochosas.


Esmagar com violência
todo poema escrito com ímpeto
de amor eterno e adolescência
até que se torne nada mais que mito
o último Dom Quixote.

Pisotear com voracidade o amor
até que as dores se apaguem
e se possa viver em paz, na margem
de qualquer poesia sem valor.

Mas de que adianta?
se toda brutalidade ou paz
te recordar, me faz.

E absolutamente passa despercebido
aos teus olhos, outro poema, inútil,
e as estrelas cantam blues, blue sky, black,
once in a blue moon,
y se quedá vacío mí corazón.

y la vida me dice, "voy a extrañarte".


10 de julho de 2016

Da série: café amargo

Algo, talvez, poema



Escrever é necessário.
O ponto e a vírgula do texto
pretexto para dizer o contrário.
Pense o mundo sem o escrito
até a imaginação seria concreto finito.

Escrever é inútil.
E inútil é quem escreve.
Pense, coisa fútil,
perder tempo se atreve?

Escrever é prosa
banal e tão humana,
ferida que arde e coça,
caos, ódio. Nirvana.

Escrever é romântico.
E toca Funk na catedral
um celebrar bacântico,
a carne é espiritual.

Escrever é um problema
verso que fica sozinho
verso que vai pro cinema,
entrega rosa, recebe espinho.

Escrever, quando não se quer,
oceano de palavras
que tornam nossas mãos
escravas.

Escrever, quando se almeja,
a ideia, no mesmo oceano,
se dissolve, veleja,
tão confusa, quanto ser humano.
 

9 de julho de 2016

Ladainha moralista


Não diga que esperava mais de mim
quando nem eu mesmo espero algo diferente
dos meus atos, dos meus simplórios atos e repetições.

Esperar algo dos outros, é algo estranho,
e digo com simplicidade nessas palavras,
a estupidez de crer na ação de outrem, qualquer que seja.

Não diga aos outros suas expectativas especulativas
vivas de falsas ilusões que guardam mundos ilusórios
n'onde há um pote de ouro após o arco-íris. Que arco-íris?

Não diga que estou sendo pessimista,
cabisbaixo ou guardião de velhas ladainhas trágicas.

Não, em nenhum momento minhas palavras te suplicaram a leitura.

Sim, sei o quanto é difícil evitar o ofício de ser verso e edifício
para canalhas que se dizem amigos. Também eu me aventuro
neste talento de atrair moralistas, e escuridão em mundo de luz.

Não espere nada. O pouco,
se fará agradável. Será o necessário
para o que chamam de felicidade.

Só queira não tanto querer
pois é de rimas simples
que se aprende a viver,

mas não espere, não acredite no verbo
nem no clero. Tampouco no zero a esquerda
ou no herói dos quadrinhos dessa vida ilustrada
em controversas, mágoas, e gargalhadas copiosas.

Mas lembre-se, nem só de drama vive o poeta.
Ele também é um falso moralista, um em vários.
Qualquer um, como outro, qualquer. 

 Duvide dessas poesias esquizofrênicas que pregam filosofias
que pregam o caos, que pregam a felicidade pelo mínimo.
Não espere nada do que escrevo. Minha prosa não é feita
de verdades absolutas. Nem de alto-relevo.

Verdades meias, mentiras, onde quer que leias.
Ou sinceridade plena na tinta digitada do meu poema?
Quem sabe ainda, mentira cabeluda. Eis o dilema.


(Mas não espere nada. De ninguém). 

8 de julho de 2016

Teu café amargo


Querer esquecer, é esforço de se lembrar.

Ainda hoje as horas se perdem buscando teu sorriso,
aquela rima perfeita, que jamais existiu em nós.
E as palavras dizem do amor, e ficam ainda nisso,
como se não esquecessem teu silêncio e tua voz.

Tolo que sou, esmago
a brutalidade do meu sentimento
com outra xícara de café amargo.
As poesias todas, ao vento.

Não vejo lágrimas, mas meus lábios não gargalham
as mesmas gargalhadas daquele ontem que no ontem ficou.
As dúvidas, conflitos que se duplicam e se espalham,
procurando dissolver o que de mim era tu, e o que de mim, sou.

Esquecer.

Verbo seco, que chove no molhado.
Meu erro foi fazer o certo, do jeito errado.

Querer esquecer, é desejo.
Que me remete ao sabor do teu beijo.

Esquecer-te
apagar o escrito
nunca mais, ler-te.

7 de julho de 2016

Café e assuntos paralelos I


Acompanho, na mesa do meu local favorito
Um poema de Vinicius de Moraes, visto e escrito.

O personagem, um homem, bancando o sensual
e ela, de tola nada, se fazendo difícil, sabendo o final.

Ele, assunto fraco, dizendo de si ao vento.
Para meu espanto, ou ela é fácil, ou ele tem talento.

Música ao fundo, um calmo romance
eu, prendendo o riso, observando de relance.

O café, sem açúcar, a vida, do mesmo jeito
até um caso simples faz meu dia, perfeito.

Ela ri, já está entregue, esperando
a cartada final, a rima e o quando,

ela, pequena, perfume adocicado,
ele, mediano, expressão de estar cansado.

Eu, com três cadeiras vazias na mesa,
rindo dos outros, ficando na mesma.

Mas, no meu canto,
nessa cafeteria
que já fora vazia
e se enche
perdendo sua essência:
a perfeita solidão
o rock gaúcho
o silêncio, plena eloquência.


A vida. O café que acaba,
sem que a garçonete, saiba.

Versar - vers-ar-te

Versar. Todas as palavras já ditas.

Palavrões
Xingamentos
Lamentos
Estações

de rádio, lamento boliviano.

Versar e jogar sob o pano.

Assim ninguém verá

se o que existe na nossa

cabeça de energúmeno

um dia, uma noite possa,

ser matéria. Será?

talvez o pensamento
nunca foi ecúmeno.

Talvez pensar, seja bela arte,
para ser deixada não exposta
pensada por toda parte,
e poluída por toda essa crosta
até virar matéria.
Coisa que para poeta
não é lá, coisa séria.

6 de julho de 2016

Entre aspas de Paulo Leminski


Repara, "repara bem, no que não digo"
dizia Leminski, do silêncio, castigo
dos devoradores de verbo e rimas.

Ando cá, desengonçado, dizendo pouco,
escrevendo pouco, com o cérebro, oco,
provando que nem toda dia se almoça poesia.

Daquele jeito "não fosse isso
e era menos, não fosse tanto
e era quase", que P.L. versava,
dizendo "haja hoje para tanto ontem",
eu não quero mais saber,
afinal, "o torto tem direito",
e até essa minha vida abstrata
de imaginação insensata,
merece (será...) respeito.

E há quem diga
que meu "vazio agudo (ando meio, cheio de tudo)"
é prosa de chinês de feira.
Quando se está no mundo
vivo sem saber porquê
ainda que cético primata
só se pensa em loucura e besteira.

E nesse jeito que a vida está,
"viu-me e passou como um filme"
não chegará a ser curta-metragem
afinal, "essa vida é uma viagem
pena eu estar só de passagem".

E entre tantas poesias
cheias e vazias
mas nunca meias ou alheias,
a noite chega
clamando
pelo próprio fim.

Já eu, eu quero mais
é querer menos.
Mas não quero jamais
quereres pequenos.

5 de julho de 2016

Dizendo que sim


Vou dizer que sim, vou sorrir e acenar, de canto a canto,
meus olhos seguirão plenos da mais extrema alegria,
e lá no fundo do Oceano, a escuridão que o consome, no entanto,
me fulminará e chegará nos versos de outra poesia.

Vou dizer que sim, que estou contente, que está tudo bem,
não revidarei as pedras jogadas no meu caminho,
vou seguir, sim, e vou seguir rancoroso, sozinho,
acreditando só em mim. Dane-se os ídolos e o outro alguém.

Vou dizer que sim, mentirei perfeitamente
meu estado de paz, meu estado que jaz
no gargalhar alheio, vou sorrir e seguir em frente
sem pensar em "porém", sem pensar no "mas...".

Vou dizer que sim, que entendo teus problemas
vou dizer que sim, como tu me dizias
ao fingir que entendia minhas palavras e poemas.

Vida
 
Nesse castelo eterno
que o Mar traiçoeiro não se perdeu admirado,
levou, levou.
E com ele meus sentimentos.
E com ele os teus sentimentos.

Não, os teus não,
estes nunca existiram.

1 de julho de 2016

Leitura de jogo



Avante o Peão, na sua limitada existência,
com seus pares de Cavalo avançando lentamente.
Os bispos, como sempre, só querem comer a Rainha.
O Rei observa, sem ter muito o que fazer.

A Rainha, cheia de artimanhas, quer do outro o melhor,
não fica correndo atrás de Peões banais, ela gosta
é de Cavalos, e, adepta ao lesbianismo, da Rainha
do outro País.

Vez e outra, um dá sorte na vida.
O Peão, ignora o mundo ao seu redor
e pelo seu desempenho, é promovido.
Mas grandeza tem perna curta.

E logo se toma por ideia, um mate,
um café que esfria, pela impaciência.

Presa pelos cantos
a Rainha entrega o jogo
perde o encanto, os pontos,
perde o Rei, e o logro.

Não se ganha
toda partida

na gana
por vencer:
a falta de saída.

O Xeque-mate bem executado
a cabeça do Rei, ao lado.
Sangue que jorra no tabuleiro
E os Peões que sobram,
seguem felizes ao puteiro.