29 de junho de 2018
Mais um semestre
Se não fosse
pelo que tem sido
o tombo e o coice
passariam despercebido
meus docentes
eu vos digo
vocês, ausentes,
feliz, sigo;
não por vossa carreira
tampouco pelo cargo:
canso de escutar bobeira
e servir de desencargo.
horas perdidas escutando
charlatanismo
horas perdidas acenando
com cinismo.
Horas que não voltam;
então, por respeito
a quem me ensina
nos livros a cara meto
para saber:
não para ter disciplina;
não me importa a nota
considero o que é experimental;
ali, tem quem se esgota
para ser medíocre e boçal
pois, palavras sinceras
aprendo menos em sala
e mais em minhas férias.
bizarro, como se observa
a falta de ética
de quem manda e coordena;
tratar funcionária como serva
não é coisa pequena.
E, para além,
desses versos
eu silencio;
pois discutir com quem não escuta
é gritar no vazio.
27 de junho de 2018
Uma sombra
Uma sombra atravessa
Seu caminho.
Suas energias ela suga.
Vai da pele à verruga.
Eis, tu, sozinho.
A frieza de seus passos
Sentida de longe.
O ranger de dentes
É consequência da luta
Desses e outros entes
Que não correm da labuta.
Companheiros!
Haverá sim, tristeza
Mas não para infestar:
Verás que todo comportamento
Até mesmo aquele de lamento
Não foi em vão!
Oh, céus! Não!
26 de junho de 2018
eis-me
a risada espanta;
sou meu demônio
sou-me eu, cru
17 de junho de 2018
Sem receio
Vem
bem
sem
pensar
além,
vem
sim
ouvir
boogarins
"benzin",
rimar fácil
rimar feliz
nu
ouvindo o terno
vem, volta...
10 de junho de 2018
árvore
ela ficou parada:
bons frutos deu
sem fazer nada.
tentei, fazer igual
se algum humano não
me diga qual
9 de junho de 2018
haicai ai, de fato
não fique triste
no fim do túnel
tristeza existe
8 de junho de 2018
Amanhã
No "achados e perdidos":
livros, chaves, fones de ouvido,
relógios, canetas; pessoas.
eu junho por deus
a passo largo
vai o dia bom;
o dia amargo
esse non
Que fique em segredo
Só te peço, um pouco de sinceridade.
Na verdade, quero que minta e omita.
Desejo arduamente que me hipnotize com seus versos desonestos.
Prefiro a falsidade bem contada. Há quem me apedreje por isso?
Não quero que seja profunda; seja rasa, bem rasa.
Pareça, o quanto puder, ignorante, e disfarce seus contornos singelos.
Invente uma nova mitologia, se assim for preciso. Crerei em seu novo deus.
Serei devoto aos teus verbos de falcatrua.
Contudo, como bom ouvinte, aceito que assim não queira prosseguir.
Então, cale.
Somente cale.
Afogue seus discursos em outras orelhas.
Silencie.
Sofra.
Mas não me fale o que não quero ouvir.
5 de junho de 2018
A falta de um título
a causa do desejo
é o que sou
porém não vejo
é o que ou
sendo o oposto
posto que não sei
o nome: só o rosto
4 de junho de 2018
Comportamento de escolha
vou OUVIR
OU VIR
embora
2 de junho de 2018
O Verbal II
quem para si, vive
é controlado
por se achar
se achando livre
mera ilusão
essa liberdade
pássaros voam
determinados
controlados
homens, ainda mais
1 de junho de 2018
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