Ao fim, tudo é contexto. A narrativa precária de minhas mãos é contexto e o suor que escorre de seu rosto em meio ao calor infernal que vivemos, não poderia deixar de ser contexto. Ao fim, falamos de relações. Uma teia de aranha a prender o que por ali passar. Entender o mundo enquanto função dá lá muito trabalho. Evitar o julgamento e exercer a compreensão em casos extremos, dói, faz sangrar. Não é dar uma de isentão. Não é dar uma de "é assim que é, é assim que tem que ser". Não tem que ser, mas é. E com o verbo To Be não se discute. Ao acaso me crucificariam se ouvissem de meus lábios que as coisas são como poderiam ser? Não canto o amanhã, porque de fato nem existe. Só o hoje e o que já pestanejamos por aqui. Futuro é teleologia. E Hegel que tome seus remedinhos (não só). Analise seus verbos e seus silêncios. Mera função de um ontem. Eis o "eu". Uma invenção linguística. Só há "eus". Que não há uma unidade a manter a loucura encarcerada em sei lá onde. Não. És mais que um. Somos vários. E o conflito que temos é resultado desse lamurioso choque: é o encontro da filogenia com a ontogenia, banhadas pelo mar de cultura que navegamos. O caos olhando pela fresta da porta.
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