É quando não sabemos o que queremos da vida, mas sabemos que queremos a vida, é que nossas vidas possuem algum sentido, alguma lógica mística. Qualquer que seja lá o que for que queira da vida, já não está são, não resguarda a sobriedade dos milênios. Desejar algum objetivo extremo, como religioso devoto a profanar o tempo com suas orações, é o símbolo da loucura. Não insinuo que nada desejem. Pelo contrário, torço para que todos e todas desejem o quanto puderem. Mas desejem sem desespero. Deseje o pão como alguém que tem o vinho. Deseje desejar mais do que seu próprio desejo. Mas não se prenda nisso. Não queira algo da vida. A vida te esgota quando há motivos demais para alcançar.
A vida te esgota. E você não esgota nada da vida. Ao que der, sorria. Não é um fim, não é um início. Vai ter muito meio, percurso em voltas, labirintos descabidos, dores nos pés. Será sempre assim. Descanse. Tome uma boa cerveja. Um bom vinho. Um bom café. Um bom chá.
Goze.