22 de maio de 2016

Novamente, dispenso o título


I-

Existe, no fundo do iceberg,
o incomum encontro de coisas
insignificantes.

Existe o inconcusso, pleno de retalhos
inconsumíveis.
Está lá o inebriante pesadelo dos mortais.

Existe o inexistente, e as dúvidas
corriqueiras, além dos meigos demônios
deste campo de concentração.

Não há o tempo, não há moralidade,
não há mesuras melindres dos poetas,
mas há o amor, a paixão, e os instintos.

II -

Nesta vida subliminar, existe
o pânico que toma forma no real,
antes ser um objeto inanimado
que ter alma, que ter que viver analisando,
sentindo, chorando, rindo, observando,
compreendendo, menosprezando, exaltando,
dificultando o que fácil deveria ser,
afinal,
quando o frio chegar, os seres de razão pura, como Kant diria,
perceberão que tudo poderia ser sim simples,
e que, sem volta, o tudo se vai,
sobrando somente a palidez dos lábios
e no outro, pensamentos de "e se...",

mas, do que mesmo falávamos?

 

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