Escuto dizer com frequência: o voto é secreto. Porém, é de saber comum que as consequências do comportamento de votar, essas, não são secretas. Inclusive, são de fácil previsibilidade, a depender das políticas públicas do candidato em questão.
Uma excelente forma de conhecer as propostas de seu candidato/ de sua candidata é ler o projeto de governo dele/dela.
Claramente, os preceitos morais estão em jogo nessas eleições: Bolsonaro tem sido apoiado por Evangélicos e Católicos, em sua maioria. Homens, brancos e com formação acadêmica também são grupos que estão a eleger o sujeito em questão.
Faço um apelo a coerência de pessoas que estão nesse grupo religioso, a saber. Por favor, analisem as propostas. Não é meu intuito questionar seu voto. Meu intuito é questionar valores. É questionar os interesses e ideais. É questionar as consequências do nosso comportamento. É possibilitar um momento de reflexão, mais do que de discussão.
Costumeiramente, em seus discursos, e de seu vice, palavras de ódio são proferidas contra grupos sociais. Não só minorias. Ele já declarou seu ódio para com as mulheres. Por diversas vezes, inclusive.
Bolsonaro é a favor do porte de armas para a população. Me dirigindo aos amigos evangélicos e católicos que acessam o Blog: Jesus, enquanto pessoa, defendia a paz e o respeito, não o ódio, o armamento, a ignorância. Não apedrejar os que pecam, pelo contrário, ajuda-los para viverem uma vida de paz, amor e sabedoria. Jesus oferecia a outra face, multiplicava os peixes, atendia os interesses dos pobres. Bolsonaro apoiou as reformas do Temer, prega a segregação, atende os interesses dos bancos e ricos. É esse o modelo a ser defendido?
Bolsonaro defende privatizações, em excesso. Defende a política do "quem tem mais, paga menos; quem tem menos, paga mais". É justo tirarmos dos mais pobres? É justo doarmos o que é público para os interesses dos magnatas do poder? Se uma estatal não está funcionando direito, há de investir e corrigir os problemas, não simplesmente vender os bens públicos. Essa ideia de "reduzir custos", na verdade, é de extrema ignorância. Ficaremos reféns dos interesses exploratórios do mercado, dos banqueiros, dos que não dão a cara a tapa. O serviço público não tem funcionado direito porque o investimento tem sido baixo. O SUS não é um problema, é uma solução. Se privatizarmos tudo, acreditam mesmo que as empresas privadas vão se preocupar com quem mais precisa, com o povo, conosco? Bolsonaro é a versão Temer Popular.
Bolsonaro, além de tudo, desconhece o valor do contato social, que as igrejas conhecem bem, pois trabalham a cooperatividade e a ajuda mútua. Recentemente, o candidato em questão, defendeu que as crianças sejam educadas em casa, argumentando que na escola pouco aprendem. A ignorância tem seus custos. A escola não é somente um lugar de aprendizagem de matemática e português, é lugar de convívio e partilha. Lugar de civilidade e convivência. Jesus, novamente faço esse apelo, ensinava na Sinagoga, atraia multidões para partilhar com eles palavras de amor, conforto e gratidão. Não por menos, foi crucificado por isso. Os docentes, por muito tempo, estão sendo crucificados por isso. Um verdadeiro professor, Jesus sabia o valor social que o conhecimento trazia.
Eu poderia enumerar outras quinhentas mil coisas. Como por exemplo o fato da equipe de Bolsonaro ter espalhado, por diversas vezes, notícias falsas para prejudicar outros candidatos. Jesus, ao contrário, repudiava a mentira e, além de tudo, ensinava o que hoje se chama de caminho da verdade e da vida.
Não caiam em propaganda de marqueteiro de político. Os valores morais que Bolsonaro diz defender, são incoerentes com todas as suas práticas. Não sou religioso, mas tenho fé de que a humanidade não se deixará ser guiada por práticas subversivas. Muitos tem me dito que vão votar nesse cidadão por ele ser anti-PT. Não é necessário votar em alguém só por ser contrário a algo. Existem outros candidatos, outras propostas que certamente podem e devem ser estudadas por cada um de nós.
Não sou contra quem vota no Bolsonaro, penso que é preciso entender os porquês de tal prática tão prejudicial a nossa nação. Apenas repito, principalmente aos de religião evangélica e católica que estão a ler: pense em seus valores, pense nas consequências desastrosas que podem ocorrer. Espero que a religião seja uma forma de trazer paz, amor e solidariedade ao mundo. Não um mecanismo de exploração e alienação. Não é com preconceitos e ódio, tão disseminados na campanha desse sujeito que mudaremos algo. Jesus, Bashô, Cruz e Souza, entre outros, como Leminski nos revela, eram profetas de boas palavras, de boas práticas culturais, de amor e cooperação; não de preconceito e ódio.
Por fim, deixo um verso do Paulo Leminski, para que seja claro o óbvio que vos comunico:
"Eu, hoje, acordei mais cedo
e, azul, tive uma ideia clara.
Só existe um segredo.
Tudo está na cara".
Todo messias é, per si, um perigo em potencial. Dois mil anos de cristianismo não me deixam mentir.
ResponderExcluirNão discordarei, não tenha dúvida (risos)!
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