23 de junho de 2019
Camões
Aquela praça tinha alma
feita de risos enaltecidos
atrasos memoráveis e escândalos.
Aquela praça era a calma
dos que foram esquecidos
dos andarilhos, e até dos vândalos.
Aquela praça tinha seu jeito
cheia de nós, de entrelaços
de decepções que nunca esqueço.
Aquela praça era meu leito
me era por inteiro e por pedaços,
de angústia se reveste o apreço.
Aquela praça era romance e dor
um desastre completo, na verdade.
Aquela praça era apenas calor
e no seu centro, o fogo ainda arde?!
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Alguma referência à praça Luis de Camões, aquela em frente ao Hospital da Beneficência Portuguesa?
ResponderExcluirSim, mas em outro sentido. Quando costumava ir na Praça 7 de Setembro, sempre confundia ela com o nome da Luis de Camões. Então, até é uma referência, mas ao erro, não propriamente a momentos na praça Luis de Camões (essa última também mereceria uma poesia)..
ExcluirRealmente, agora que sei a real praça a que se refere, o poema passou a fazer todo sentido. Eu nunca frequentei a praça 7, a coisa lá era/é realmente o céu e o inferno de mãos dadas?
ExcluirO céu só é céu por estar de mãos dadas com o inferno. Sim. O que me incomodava lá eram os policiais. Prontos para chutar qualquer humano que não estivesse de terno. Mas o pessoal que frequentava era bacana. Acho que é uma das poucas praças da cidade que vejo gente de todo tipo convivendo bem uma com as outras. Não sei informar de 2018 para cá.. aparentemente, está mais abandonada do que nunca.
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