8 de fevereiro de 2020

Enquanto há enquanto




amor egoísta
pausa entre gemidos
gozo próprio
de si para si
espelho humano
corpo ao corpo
amor egoísta
se deixa fluir
deixa transe
transe per si
amor egoísta
puro eu no outro
e o outro também
me usa
enquanto

enquanto

amor egoísta
veste o suor
dividido
dois sempre foi
um
ou menos
mais que isso
impossível

lorotas
baboseiras
que ouvi
que ouviram
que ouvem
nas esquinas
nas dobradiças
bocas alheias
não há
outra forma

quando dois
é sempre o um
ou menos
aniquilamento
do outro
e outro
e outro
(e outro)
pois o amor
é egoísta
sempre será
sempre foi

você
que
não
tinha
noção
ou se deixa enganar

faz bem

2 comentários:

  1. Devo dizer que aquele outro tem algo de peculiar que me agrada. Quanto ao que me mandou, é de mexer com o pensamento! Vou deixar ele nos meus rascunhos. Posso? Gosto de manter alguns versos não publicados (meus e de outras pessoas), para um dia, reler e me deparar com o que estava esperando por encontrar.

    Abraços! E que história é essa de Toddynho gelado???

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  2. Fique à vontade. Na lista de marcadores do Blogson (que eu chamo de "seções") existe um que tem o título "04-Literatices (versos)". que permite acesso rápido às minhas tentativas de escrever poesia. Sugiro "Astronauta" e "A certeza". Quanto ao Toddynho, é uma piada interna. Na verdade, deveria ser leite gelado com Toddy, pois Toddinho é uma merda. Mas parei de tomar há muito tempo (hoje é achocolatado diet - que eu roubo de minha mulher). Eu alterno depressão com idiotices.

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