Farto de olhar tua boca
e não beijá-la
Farto de sentir teu aroma
e não arrancar tua roupa.
Despi-la, penetrar-te
os sentidos
purificando assim minha poesia e tua realeza.
Farto de ser atencioso e prestativo
como se eu fosse o pai do mundo.
Farto das rosas mortas que apenas me deixam
espinhos.
Quero o querer, o teu querer calado, teu espírito.
Tua carne humanamente sacra, ai, ai sim.
Quero que o onírico, pleno deus dos homens
repleto de sexualidade e loucuras
tome forma. Sob tua forma.
Quero mesmo. Tu. Quero mesmo que leias essa maldita poesia,
sufoco do ato que se esconde nas líricas palavras vazias.
Pois farto estou dos meus romances, escritos, que morrem
quando tentam ser.
Quero a ti. E a tantas outras, quero também.
Sou um homem qualquer como outro homem, qualquer,
e não vou salvar o mundo dos seus pecados.
Mas vou salvar o pecado do mundo e guardá-lo em mim,
fazendo dele, santidade humana, pois nós, meros mortais
é que somos deuses e deusas. Deusas, ninfas.
Farto.
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