29 de outubro de 2016

Bulbophyllum guttulatum



Nela, o meu silêncio.
Nela, o meu egoísmo.
E todas as variações
de desejos e flores
que um dia eu daria a alguém.

Longe de todos, observando
Os veículos e a velocidade
Enquanto as árvores dançavam
No mesmo ritmo que meu corpo.

Não ventava. Eu estava parado.

Umas cervejas, alguns olhares.
O medo de se aprisionar
No conceito de liberdade.
A angústia de sermos dois
e não sermos ninguém.

Não ventava. Havia prazer
No prazer de não esgotar o prazer
naquela noite sem lua, sem sono,
de paz.

Os assuntos vagavam, transitando
na mesma direção dos carros
que tão pouco atrás mencionei.
Iam depressa, arrancavam-nos risos
e formavam algumas estrelas nesse céu
tão sombrio dos nossos relatos.

Pois, é quando o vazio é preenchido
com outro vazio mais imenso
que as coisas parecem fazer sentido;
vida, pura calma, no teu espaço,
que o desejo não se quer saciar.
Só quer mais desejar, e desejando
não vê a hora de voltar, fazer soneto
versejo,
enquanto da solidão
não fique apenas, refrão.

Agora venta, já não sei parar.
E as orquídeas florescem

uma se faz notar.

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