25 de outubro de 2016
Café vírgula outro café
Entre um gole de café e outro
os dias passam, e os olhares
cansados, sonolentos, não descansam.
Sabe que somos miseráveis
sabe que somos um delírio
sabe que somos inofensivos
e que qualquer rosa
é capaz de nos ferir profundamente.
Entre um gole de café, e outro.
A noite toma-me, o dia, cospe-me.
Entre um gole de café, frio e amargo,
me apresso para a realidade
de um amanhã insistente, impossível
de se alcançar.
Pois o tempo é uma ilusão.
O tempo, mais outra ilusão.
Há relógios.
Mas as horas só indicam nosso atraso
e do que escrevo, ninguém faz caso.
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