10 de outubro de 2016
PsicoPoema IV
E foi assim, que o Sábio, Ser Humano,
após desbravar teorias e teoremas,
após destruir o sagrado e o profano,
resolveu se isolar e escrever poemas:
Após certo tempo, longe do perigo
de ser tomado como fútil ou como herói,
construiu seu alicerce que agora, não corrói:
não fugiu da chuva, não procurou abrigo.
Se abrigou na própria tempestade
não dando a ela poderes ou magia,
e assim sendo, reconheceu que verdade
é não inventar algo além do que ocorria.
Num tempo a que chamamos passado
homem sábio, fogo conheceu
e se explicou, de tão impressionado,
que Vulcano o fogo deu.
Aprendeu-se técnicas: controle e previsão.
Vulcano e seus nomes variantes
desapareciam ao passar dos instantes,
pois nesse mundo já não tinham função.
E nesse tempo em que vivemos
o homem que enterrou seus deuses
reinventa-os várias as vezes,
pois, de fato, nem tudo conhecemos.
Homúnculos, liberdade, livre-arbítrio, egos.
Self, transpessoalidade, o culto ao oculto,
perceberemos então que estivemos cegos
e por fim, saberemos, que nada é fortuito.
Mas há quem insista.
Mas para cada um que insista,
há outro que pela lógica
persista.
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