20 de novembro de 2017

Autêntico


Quanto do meu comportamento
¿é comportamento alheio?
¿tudo, quase tudo, meio?

variações inconstantes do de sempre
inebriadas repetições do mesmo
como ¿loop no rio de Heráclito?

aliás; liberdade é só termo fajuto
para aquilo que ninguém dá atenção
que são as causas e consequências da ação.

sobre meu comportar-se
comporta no meu ato
do ambiente a catarse.

tudo é determinado;
se chove, chovo,
se tem água, nado.

mas nada é fatalismo
isso é diferente, Che; 
é teleológico; ilógico.

voltando; ¿quanto do meu eu
encerra no meu, o que é seu?
se há o bom, sou com ele
se há o mau, sou com ele
mas não sou como eles.

Lavar as mãos para o que acontece
não faz o que ocorre, deixar de ocorrer.
Apenas tampa a visão do que já cego é.

Aí vão dizer de liberdade, do caralho a quatro,
e vão te consumir, te desgastar, com a ignorância do não querer saber.

Se morro, meu comportamento vive
no ambiente em que vivi;
se vivo e em vida, morro constante
sou inútil, sou miséria, sou bigato,
e não mereço o solo em que piso.

Se somos nossos comportamentos
ao menos assim, respiramos em paz
copiando de maneira autêntica
o que aprendemos; o que lemos; o que até mesmo, comemos.

Amém.

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