26 de dezembro de 2017

Sagradas escrituras do cotidiano



Se escrevo é por incômodo
por me irritar com o trivial
por não ter melhor modo
de ser assim, tão coloquial

rasgar o verbo sem ter pra quem
ou pra qual; por puro desaforo!
cuspir na oração e dizer amém
depois de comer merda, cagar ouro.

Perdoem minhas expressões
são apenas versos baratos
não sou de fazer saudações
para diabos ou beatos.

Se escrevo é por insônia
e não, não farei parcimônia
farei é trovão
trova de solidão.

Se escrevo é por descaso
que o verso faz
é pelo ócio e descanso
que o verso traz

 

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