22 de novembro de 2015

Eu que deveria ter calado e deixado acontecer...

Minhas palavras dormiram
preocupadas e em agonia
pelos poemas que não quis mais escrever.

Me sufocaram
a noite toda
para tomar nota dos pensamentos
tristes, tristes, tão tristes.

Minhas palavras ficaram
em silêncio me consumindo,
me pareceu absurdo qualquer
verso que eu pudesse expor.

E a dor que sinto, e o medo
e este poema tão sincero
que quer fugir dessa alma infeliz
sem expressão humana. Ou,
sem expressão de gozo pela vida
de zelo pelo amanhã, não
isso não.

Minhas palavras:
não sei ao certo o que é o certo
ou o que quero e não quero
tudo é dor
e nos meus pensamentos
o mundo inteiro se apavora com algo
que nem sequer existe:
o depois, o tempo, o futuro,
e se o presente já se faz tão obscuro;
as palavras, essas sim se magoaram
e a prova disso é o silêncio
e do silêncio os olhos abertos
não queriam (não querem) fechar.

Uma chance mais.
Não pude me dar, como não?
Outra chance?
Ponto de interrogação que se afirma
e morre, pássaro triste.

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