19 de agosto de 2016

Psicopoema


A irritação do teu dia, ponha aqui, neste poema,
a dor que te aflige, despeja cá nessa prosa alheia.
Se estás com medo, ou se o medo contigo estás,
vamos, chute tudo para ele, não há nenhum problema,
não foi escrito para ser lido, foi escrito para que leia
qualquer algoz, qualquer derrota, qualquer sofrimento,
este poema é antes de tudo cura, e depois um lamento.
Se há insônia na noite, acrescente a ele alguns versos,
se tens fobias, ou traumas, ou pensamentos perversos,
este poema não fará qualquer crítica.
O que o poema escuta, no poema fica.

E se tiveres felicidades, versos também acrescente
pois a vida não é coisa que só se julgue ou lamente.
Caso tenha algum sorriso sobrando
sorria, não espere o "quem" e o "quando",
apenas sorria.

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