16 de agosto de 2016

Comportare


Não, não vou trocar socos com a vida.
Não estou no ringue. E se estou, sinto muito,
poesia não nasceu para guerrear.

Na vida, quero sossego, sorrisos, ter meus vícios
(e ainda escutar dos outros que eles são virtudes. O contrário também).
Não, não vou trocar soco com quem se ilude,
ou com quem não acha suficiente a vida pelo simples fato
de viver,
tendo então que inventar mitos e lendas
para poder "suportar" o suposto fardo da existência.
Não vou trocar socos, vou trocar cartas, palavras, olhares,
até que a vida valha por si própria. E um café
remeta ao que os outros chamam "felicidade".

Não, eu já cansei de discutir com quem só tem boca
e não ouvidos. Estes, deixarei, olvidados, na graça
e na chiste da gramática do bom entendedor.
Ou quem sabe, esgotados da própria verborragia
percebam que o que dizem é mera e vaga tautologia.

Na vida, quero sossego, sorrisos, ainda que seja necessário repetir o verso
e reescrevê-lo.

Não, não vou trocar socos com a vida.
E nem tu. Não?

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