17 de agosto de 2016

Comportare (II)



Como alguns outros,
quero um dia flutuar
no irracional

não me preocupar com a lógica
não me preocupar com a moral
não me preocupar com a ciência
não me preocupar com preocupações.

Quero apenas
não questionar
o que faço, ou o que creio,
naufragar
na dádiva 
do ato supersticioso

estar ali, sem questões
de ordem filosófica
de ordem biológica
de ordem psicológica,
só estar ali, num canto
irrefletido nas questões
de temporalidade e adaptação.

Tudo isso, por um dia.
E então poderei dizer, livre de conceitos
que "felicidade é ser feliz".

Caro leitor, é sim o Ato de Duvidar
nosso problema,
talvez, nossa solução,
mas fica sempre a dúvida
a remoer-nos, a ferir-nos
e aferir-nos.
Rir, de nós.

Ou será que não?

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