25 de novembro de 2016

Opróbrio próprio para um ignóbil e um haikai


Desculpem-me a estupidez, a arrogância e os versos sem fim.
Mas tenho que repetir esse meu ridículo lamento.
Alguns se utilizam do diploma, retórica, termo sem fundamento.
Outros fazem do discurso: lírio, rosa, orquídea, jasmim.

Quisera meu discurso não houvesse redundância.
O que declaro por meio dele é a falta de elegância.
O que é típico de poema de poeta de gaveta.
Se esconde, se mostra, a crítica sempre flerta.

De fato estou cansado de palavras tão vazias.
Ditas com efeito, com certo ar de ocultismo.
Beirando a esquizofrenia, graduando meu cinismo.
Enquanto escrevo com calor; obras frias.

Desculpem-me o jeito confuso. E a sinceridade.
Repito, repito, foda-se o discurso de autoridade.
Porque na falta de argumento, se ergue a voz.
E todos viram a cara para o que ocorre após.

É assim, e o ciclo não se inverte.
Criança observa adulto, criança adulto repete.
Manda quem fala mais alto, no grito.
Manda quem se utiliza de discurso bonito.

Se aplaude quem se utiliza de jargão.
Termos complicados, ditos com profusão.
Certo está quem utiliza de retórica incompreensível.
Falando pelo cotovelo sobre algo jamais visível.

De fato estou cansado de palavras tão vazias.
Tão cheias do metafísico, dotadas de conceituação
e idiotização antifilosófica.

Como dito por um docente, ríspido, mas competente:
"tudo isso não passa de masturbação intelectual".


Hegel que o diga.
Vencer desse
Quero ver quem consiga.

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