5 de fevereiro de 2017

A pressa apressa a presa


A pressa é coisa que não se brinca
Quase não chega e já quer dobrar a esquina
A pressa é, com ela não há leitura afinca,
O poema não se começa e já se termina.

A pressa diabólica, dos homens tecnológicos
Dos homens das cavernas digitais.
Distraídos com a falta de distração, olham os relógios
Disparados dizem "até mais".

O velho ri.
O velho ri.
O velho ri.
O velho ri e ri e ri.

A pressa impressa apressa a presa
A vida vive só de ida
Sujeito nem mais almoça na mesa
Mesmo sabendo que tudo finda.

O velho ri
Sim, cabe aqui
Uma explicação
Da ação, do verbo "rir".

O velho ri porque já foi como esses trogloditas
Sempre apressado, encontrava-se sempre cansado
E impressionado pelo tanto que fazia e nada tinha ao seu redor.
Ficava ali, descascando sua laranja, papeando com estranhos
Quando menos esperava, ria.
Pois observava o desespero humano
Observava que outros cheios estavam
(No entanto, não notavam)
Dessa vida apressada e vazia.


Caro leitor
Ler esse vago poema
Não resolverá nenhum problema
Mas no fim das contas, o problema
É que vivemos procurando soluções
Para aquilo que nada exige respostas.

Passar bem.
 

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