14 de fevereiro de 2017

O Ranzinza!

 

Nenhuma poesia iluminada
sairá de organismos que se julgam felizes.
Isso é um fato, como se pode observar.
A luz vem das trevas, ou ao menos para ela se direciona.
Até o catolicismo compreende essa situação.
Se sabe, tanto quanto, que ser ranzinza
tem lá seus benefícios. Quando um resmungão
sorri, alguns tremem, outros se surpreendem, alguns mais comentam
seu bom estado, e sorriem com ele.

Aos que pensam que o ranzinza é detestável
garanto que não conheceram suas ironias linguísticas
ou a maneira ao qual se pode ver o mundo.
Esperando sempre o pior das pessoas e das coisas totais
há respingos de alegria em alguns detalhes
(o que para o serelepe, para o otimista, passaria despercebido).

Outro dom do ranzinza é o ato de Explicar (e prever absurdos).
Nisso todo praguejador tem doutorado!
Devo alertar que nada incomoda mais o ranzinza que a presença
d'outro ranzinza. Os polos se repelem! É preciso
que todos estejam otimistas e contentes no assento do comodismo
pois só isso permite a permanência do comportamento do ranzinza.
Imaginem vocês que tédio é para ele observar um espelho ambulante!
Não, isso não! Mas como tudo na vida (quase tudo), há sua exceção:
ranzinzas se dão muito bem em rodas de filosofia, regadas de cerveja e/ou café.
 
 
 
 
Feliz o ranzinza,
só ele vê:
vermelho é cinza!
 

2 comentários:

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