1 de outubro de 2017

Comentários sobre política, educação e desigualdade social



Política, vamos lá. O texto vai ser meio extenso, sem muitas ponderações verbais.
Não é um assunto que me agrada muito, mas tenho que dar minha opinião, o silêncio é algo que admiro, mas que não consigo praticar com frequência.
Muito se tem falado a respeito de corrupções, erros de gestão, prisões, mudanças políticas, e, pelo que tenho visto, as campanhas eleitorais já falam de novo modo de governar, acusam um de lá, outro de cá.
Para ajudar, temos em alguns países considerados os mais potentes do mundo, como os Estados Unidos (piada?) da América e a Alemanha, problemas e afirmações que o brasileiro não consegue deixar de comentar. Seja para criticar as ofensivas verbais, seja para elogiar o antiesquerdismo. Tudo falta de raciocínio lógico, claro. Alguns muitos até conseguem igualar que o Brasil só vai para frente se tivermos um Trump no poder. Denominam Jair Bolsonaro como esse ideal de Trump.

A lógica, pelo que pude perceber, é a seguinte: como o esquerdismo tem fodido com nossa vida, devemos adotar o conservadorismo e/ou o centro-direita como forma de governo.
O que, claramente, não muda merda nenhuma. Como se pode prever, conhecer e até mesmo como já ocorreu, se observa pelos noticiários que não é um ou outro que desviou verba e verbo. São quase todos, para não dizer que todos! Independente de maneirismos ideológicos, o de esquerda, o de direita, o de centro, o de misto, o do caralho a quatro, roubaram!

Tive uma breve troca de frases esses dias com uma docente, na qual apontou-me que o PT acabou com o país. Concordei parcialmente. O país não acabou, o que o PT fez foi acabar com o PT. Os rombos nos caixas são colaborativos. Do mesmo modo que Lula roubou, Temer roubou. Não há menos pior nisso. Questionei-a dizendo que essas fraudes não ocorreram e nem ocorrem somente no Brasil, mas que é sim uma falha geral. Os governos do mundo todo só existem para isso, afirmei.
Eis que a beata da professora me retruca dizendo que nos EUA roubam, mas não tiram dos pobres para enfiar no próprio bolso. Na Itália roubam, mas ninguém passa fome e fica sem merenda por conta do roubo e, que não era do mesmo tanto que no Brasil.
Esse é um argumento interessante. Estúpido, claro. O que se está questionando, seguindo essa lógica, não é o roubo, mas a quantidade e qualidade do mesmo. Não se perguntam como os EUA se mantêm como potência se não a custa de seu próprio povo? Sempre sobra pra alguém. Óbvio que algumas outras nações são "escravizadas" para manter a meritocracia estadounidense.
A pergunta que me faço é: será que são as pessoas lá na gestão do país que são o problema?
Tenho certas ressalvas quanto a isso.
Entenda que não pretendo tirar a responsabilidade dos acusados, pelo contrário, investigações são necessárias e indispensáveis. Só tem um problema: vão retirar todo mundo que roubou, mas vão mudar o ambiente (leia-se forma de governar) para que os futuros governantes não façam a mesma coisa?
É mais do que fato comum que o ambiente em que as pessoas vivem modificam seus comportamentos. Olhe ao seu redor, observe seu cotidiano. Vai dizer que és totalmente livre para não fazer ou fazer as coisas? Certamente consegue compreender que onde vivemos e o que fazemos modelam nossa vida. E, está se perguntando, "então tá querendo passar a mão em bandido? tá dizendo que os políticos só roubam por conta do ambiente que vivem e por conta da forma de governar?"
Basicamente não e sim. Não considero satisfatório passar a mão em bandido, ainda mais político. Mas tenho mais do que certeza de que, mesmo prendendo todos ali e, não mudando nada na forma de gestão ou de concentração de poder, nada vai mudar. N-A-D-A. Continuará tudo como antes. Roubos, desvios de verba, baixa preocupação com a educação e saúde, gastos desnecessários em outros setores.
Não me venha com papo de "é esquerdista mesmo", "comunista", e outros blá-blá-blá de gente que não pensa a respeito. Note o seguinte: numa escola onde os alunos não se dedicam, os professores se acomodam, passam lá suas provas, não há muita mudança. Quando um professor chega nesse local, está com muito ânimo, quer mudança. Dê um ano para ele (a), ou menos, estará, muito provavelmente, igual aos demais. Falta-lhe motivos para continuar tentando a diferença. A não ser que as contingências (circunstâncias do local) mudem, como por exemplo, um diretor que agora auxiliará os professores com o método, ou, professores de apoio, salas mais adaptadas, horários mais flexíveis, etc.

Entende?

Não é culpa dos professores a falta de interesse em dar aula. Não é culpa dos alunos não se interessarem por estudar. Faltam-lhes reforçadores (motivos para tal). As vezes uma única variável a mais pode modificar esse processo, gerando alunos e professores satisfatórios. E, certamente, isso só é possível recompensando o comportamento desejado (de estudar), digo por conta própria isso. E não fazendo o que fazem, ou seja, punindo e tentando parar outros comportamentos (gritar, impedir de sair, dar nota baixa). A curto prazo a punição de determinados comportamentos pode até ser efetiva. Mas dê um tempo a mais e note que isso não gera resultados bons, só prejuízos.

Mas, voltemos ao tema. A questão que tenho pensado é a seguinte: os governantes que consideramos que governam, são meros fantoches. Dilma, Lula, Temer, Calheiros, Bolsonaro, PT, PMDB, PSDB, PSOL, tudo farinha das mesmas empresas. No fim das contas, Bancos e Empresas Internacionais é que defendem seus interesses no ringue. Esses nomes e siglas aí só querem tirar umas esmolas bilionárias. Esmolas, sim! Para o tanto que as empresas (principalmente bancos) lucram com certas leis brasileiras...

O problema é que o povo brasileiro quer que alguém se foda, é só isso. Não consegue notar o quão irrelevante são os noticiários. Aliás, alguém aí acompanha o que tem ocorrido na prefeitura da própria cidade? Garanto que é mais relevante saber o que prefeito e vereadores tem feito do que saber quando o quatro dedos e o Temeroso roubaram, ou discutir se esquerda ou direita é melhor, garanto! Essa é uma boa hora para saber mais da política do seu bairro, da sua zona habitacional.

Conclusão: é importante o que tem ocorrido no cenário político/social brasileiro, mas nada muda se o ambiente em questão não mudar. Novos integrantes vão entrando, se adequando ao modo atual de governança por politicagem e charlatanismo, e repetindo o que temos visto até então.
Meu texto é meio básico e até previsível. O óbvio me agrada, leitores.



Outras coisas mais:

A reforma trabalhista tem sido discutida, e, como já dei minha opinião, não parece em nada com o que tem sido veiculado na mídia. Não vai prejudicar mais o trabalhador, isso já tem sido feito faz muito tempo, não é a lei que vai alterar algo. No entanto, parece estranho que alguns grupos sociais sejam totalmente contra ou totalmente a favor. Há pontos razoáveis nas "mudanças". O primeiro dele é que a lei não é uma coisa nova. Ela simplesmente está se adaptando ao que já ocorre hoje em dia, não o contrário. O segundo ponto é que a lei deveria manter a integridade do trabalhador, isso está sendo desconsiderado. Jornadas de trabalho com carga horária desumana estão sendo propostas. Não é válida a comparação de que em outros países o trabalhador fica mais tempo no trabalho. Eles que tem que diminuir, não o Brasil aumentar. Vale destacar também que tempo no serviço não é, necessariamente, tempo de serviço. Garanto que, com essas modificações, comportamentos de esquiva no trabalho serão mais acentuados, gerando incômodos entre mandantes e funcionários. A lei não vai aumentar produtividade e lucro, só vai acentuar a rotatividade entre funcionários, maiores demissões a curto prazo, já que os empresários vão sempre colocar a culpa da má execução trabalhista nos trabalhadores, sem se atentar para o quanto o ambiente de trabalho formal e informal afeta a produtividade, bem-estar e lucro de ambos.

A reforma educativa, proposta pelo MEC, segue a mesma ignorância. Propõe coisas que não serão cumpridas. O que mais chama atenção é o fato de "dar autonomia para o aluno escolher as matérias" que quer cursar, claro que, com bases obrigatórias. O aluno será preparado para escolher? Ou vão dizer que o livre-arbítrio será respeitado, deixado ao léu? Garanto que a Biologia, bem como a Filosofia, tem seus valores. Biólogos que não reconhecem bases filosóficas nos pressupostos biológicos são, certamente, ignorantes. Filósofos que se preocupam mais em defender seus esquerdismos são problemas, não ensinam as pessoas a pensar, apenas demarcam ideologias e valores, isso não é filosofia.
Não sei bem ao certo como se dará essa divisão e escolha, vamos pagar para ver. Não muda muito, de fato, já que, ao menos nos colégios públicos que frequentei, as pessoas estavam na aula, mas não se concentravam nela. É realmente inútil ficar sentado numa cadeira, ouvindo um fantoche falar coisas que tu não vê sentido. Isso ocorre tanto na aula de biologia, matemática, quanto de filosofia, sociologia. O problema não é se é obrigatório cursar tal coisa ou não, mas como isso é passado, quais as relevâncias, e a gestão de ensino. O MEC, mais uma vez, ignora essas pautas. Propõe mudanças sem qualquer sentido. Isso me faz ser indiferente quanto ao que vai mudar, já que nada vai mudar. Talvez a curto prazo seja bem diferente, a longo prazo, a mesma merda.

No fim das contas, sei que esses assuntos são só modismos verbais. A desigualdade social está cada vez mais acentuada. O lucro se tornou o único objetivo razoável. O cooperativismo tem perdido força, o modo de gestão agressiva e o vale-tudo tem tomado proporções maiores.

Minha previsão?

Bem, não me considero muito interessado em política, mas penso que esses assuntos vão se arrastar por um bom tempo. Nas próximas eleições, alguém que já está nesse sistema corruptível vai ganhar, vai propor diversas mudanças, não se terá muita diferença. Talvez sejam as eleições com mais votos nulos/brancos aqui no Brasil, o que é um ponto importante.
Haverão algumas manifestações sobre diversos temas, principalmente durante o período eleitoral do ano que vem. A verba destinada a pesquisa será reduzida novamente, a desigualdade social apresentará índices relativamente menores, o que não garante qualquer variação real. O desemprego terá diminuído no país, mas a renda e trabalho informal ganharão mais pessoas. Quanto a educação, mesma coisa de hoje.
Certo que outros nomes virão a mídia, mas o comportamento igual ao dos que já estavam governando. Partidos soltarão faíscas, serão agressivos um com os outros, falarão que um roubou menos que o outro, por isso são melhores.
Pessoas e grupos sociais ficarão discutindo mudanças enquanto tudo seguirá na mesma vibe. Outros mais, baterão palmas por certo sujeito ser preso, e no lugar dele, um igual estará no poder.

Espero estar totalmente errado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente. Sempre é conveniente.