29 de outubro de 2017

vodka


vodka
meia caneca
cueca no chão
uns artigos para ler que agora não serão lidos
vou devorar
pedaços de alguém
calcinha no chão
vi um fantasma na piscina, vi no sétimo andar
não olhei de novo, por receio de que ainda estivesse lá
ou por receio, de que fosse um humano.

vodka
goles dela
goles de mim
goles do meu rim
goles de escuridão
e de biologia.

vodka
o cansaço
é de aço
meu corpo é de ninguém
sabe se lá se é meu

da vodka todo mundo
bebe um pouco
pra espantar o vazio
de estar cercado
de embriaguez dos norm    ais

onde está sua roupa, rapaz?
"onde está sua vida, sua paz"?


4 comentários:

  1. ge, segundo o meu gosto, sua melhor poesia, nem poema. segue esse caminho, fala mais de wild things! o jeito que você falou disso nesse poema foi foda, calmo e engraçado, imagético. muito bom, curti muito!

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