16 de junho de 2016

Vaga-lumes, com hífen.



Dentre os mundos possíveis, os delírios
e a tentação de fugir ao que nos parece comum.
Na busca tosca e inútil por vaga-lumes
nos encobrimos todos de pura gruta, de pura escuridão.
Mas, quem é que ousa dizer que poderia ser diferente?
Não, isso não, o que tem que ser, simplesmente, é.
E o que não tem que ser, seja pela falta de estimulação, seja
pela falta de audácia, ou pela necessidade de escrever os atos não realizados,
não acontece. Tão simples. Conceito pedra, coisa concreta.

Dentre os mundos possíveis, minadas são as crases e quase
possibilidades. Como a mentira que se esquece de acontecer para ser verdade,
a felicidade se esquece de ocorrer para que possa deixar de ser
mera poesia de não poeta.

Dentre os mundos possíveis, o mundo que acontece,
esse mundinho pequeno e gigantesco, dócil e grotesco,
para não dizer, mas já dizendo, pitoresco,
onde passa uma mosca, e tudo, tudo, estremece.

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