13 de janeiro de 2017

Madru-gado



Ele era o diabo em pessoa
cantarolava velhas canções
que aos ventos ainda ecoa
amava amar suas paixões.

Ele era o diabo, em carne e osso
fazia das sobras seu espetáculo
ele era, sem dúvida, bom moço,
ouvia, respondia como oráculo.

Até que veio a Madrugada
desprezar seu inigualável verso,
como quem não quer nada,
revirou sua vida, seu universo.

Madrugada era mulher
mas não simples, como se pensa,
Madrugada não era qualquer;
era rima, amor e desavença.

Mesmo com todo poema
do nosso pobre personagem,
Madrugada era deusa suprema
não queria estar só de passagem.

Pelo fim dos tempos, Ela,
será conhecida como rainha das trevas,
ainda que o título seja injusto.
Observo, de minha janela,
Madrugada, nas escuridões longevas,
perto do amanhecer, não causa susto.

Observação:
são injustos os poemas,
começamos dizendo do pobre diabo
e nenhum verso a mais lhe creditou,
que destino o levou?

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