Vira-lata que se vira, remexendo versos, inventando prosa
coçando palavras e rabiscando trovas.
Fugindo e decifrando haicais, a rima que cala medrosa.
Vira-lata que muitos pagariam uma nota!
Pagariam uma nota para não tê-lo por perto,
para despejá-lo na primeira caçamba, ao dobrar a esquina.
Vira-lata que rumina o desprezível, aquele troço sem importância,
que se contenta com o lixo, ou ao menos
com o que os outros estúpidos cães de marca chamam de lixo.
É, meu caro, esse mundo é mesmo do avesso
e por fim acaba todo mundo num só endereço:
cemitério.
E talvez, para aumentar o mistério
e a miséria de ser humano,
vai ver é só o começo.
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