O nevoeiro não se dispersa
do vapor reflexivo que a lucidez condena.
Nenhuma ambição a não ser embolorar
gozar do meu descanso,
lançar a sorte sem nenhum dado.
Quem se entrega ao júbilo do amor
em dias que os santos jogam a sorte?
Quem se entrega ao júbilo do amor
em noites que as damas se resguardam?
Quem se submete aos perigosos, riscos
que nenhum poeta pretende cruzar?
Não há ternura nem entusiasmo
na neblina dos ociosos, morrem
os versos que de amor foram feitos,
nenhum apreço.
O nevoeiro não se dispersa
a vida sim, ninguém nega, não,
quem mirando a neblina negaria?
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