A que olhos tantos rostos
que não me olham
e se me olham
não enxergam nada
nem na rosa ao lado
nem no livro aberto.
A que olhos tantos nadas
tão cheios de si mesmos,
meu ego tão inflado
tão cego e romanesco.
A que olho tantos olhos
que na avenida se perdem
e perdem-se esbugalhados
saltando pela janela do carro.
A que olho tantos espantos
e prantos que movem palavras,
o silêncio dos medrosos
a que olho não sei.
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