21 de setembro de 2016

Orelha Vulcânica II


O ouvido chega a lacrimejar.
Os olhos preferem a cegueira:
não mais aguentam a tortura
interpretativa e circular do autor.

Termos difíceis, mas grosseiros,
contraditórios, autossuficientes.
Num momento tenho a impressão
do autor não ter lido o que escreveu,
como se consultasse um dicionário de rimas
sem qualquer função, para parecer bonito.

Há loucos ao meu lado acenando
felizes com o que leram, felizes e tão felizes.
Será que sou eu o louco por questionar?
Não me explicaram as regras deste jogo maldito,
mas compreendo...
É até mesmo razoável que não queiram duvidar.
É até mesmo razoável que não argumentem,
se tudo não passa de "opinião", e as críticas, que são?
Bem... dizem ser "inquietações".

Em seguida, me levanto, pois começam
a falar sobre os problemas da educação.
Não sei se é ironia.
Se for, é de péssimo gosto.

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