3 de setembro de 2016

Sobrevivência


As palavras, elas também
lutam pela existência
nessa corrida armamentista da linguagem.
Fico eu, em parte aquém
observando a incoerência
do que dizem por aí
mas as vezes aceno, por camaradagem.

As palavras, dominantes
dominadas, de-formadas,
não do barro,
mas do chumbo do poeta,
casca grossa que vive torto
e errando até o erro acerta.
Deste vocabulário solto
que faz brotar ilusão,
derivo a obra prima
sem inferir a intenção.
Diz que é pelo prisma
que o olhar sobrevive,
pois diga o que quiser
apenas da poesia
não me prive.

As palavras, elas também somem
e refazem parte de si.
Sei que as pessoas dizem
ter lido algo que não escrevi.

 

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