A: Não temos a primavera
somente lágrimas e dores
morreram as belas flores
e perecemos na espera.
Mas o mundo muda
e voltará a antiga estação!
B: Rapaz, não te iluda,
não magoe o teu coração,
as dores que sente
não quedarão ausentes
apenas aumentarão.
Tudo ficará triste,
mesmo o que não existe.
A: Quanto pessimismo!
Oh, livrai-me do mal.
B: Eis teu realismo:
o desastre cabal!
A: Quanta insistência
acaso queres meu sofrimento?
B: Não desejo a decadência
sim apenas a lamento.
A: Pois recriarei o mundo!
E farei do velho o novo.
B: Farás do sujo o imundo.
A: Cala-te!
B: Calo e dissolvo
nas tuas palavras só uma:
desastre
e eis que a vida suma
no mal que se
alastre!
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