Venham ver todos as palavras vazios e os ecos
surdos que estalam nas almas dos escritores
são sombras, são medos, são névoas, labirintos,
que passam despercebidos pela ótica dos mortais
e mesmo os deuses ignoram.
Venham ver todos e escutem a canção
que soa estúpida e melancólica na pele
ruído de limiar tão vago que imperceptível vai
encontrando poucos, desencontrados, que bailam
com corações desnudados e mãos frias e escravos.
Venham ver todos a brutalidade da rosa e do haicai
admiráveis obscuridades, o lado negro da Lua,
(a Lua toda é solidão, venha ver)
que nem os astrônomos tampouco os que lá estiveram
viram de fato.
Ecos e margens do poema passam despercebidos.
Venham ver todas as entrelinhas que orbitam
os feliz e os infelizes, as damas e os cavalheiros,
as almas sobrecarregadas, regadas de ecos
e palavras não mais vazias.
Venham ver todos ou se acomodem no sofá
para mais outro dia de ecos e palavras vazias
de ecos e palavras macias, de ecos e ecos ecos ecos ecos
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