Ao céu aberto, no banco da praça
um louco olha a noite e os pássaros
vê sorridente a nuvem que passa
tentando desentender a euforia
da avenida ao lado.
Analisa e deduz, com ironia,
que tudo anda apressado
sem notar, por muito tempo ficou assim,
não exigindo do seu pensamento um fim.
Se contenta para não rir do mundo
homens passam a cem em um carro
um segundo-século, segundo
o louco. Esquece. Tira sarro.
De toda essa humanidade
que entende por demais o complexo,
desconhecendo(-se) a simplicidade.
O louco deixa o questionamento
se deixando levar de novo pela brisa
pela brisa lisa doutro pensamento.
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