A cena se passa na praça, cria asa na mente de Galeão e parte rumo ao sumo da solidão:
Tanto e tudo observo
servo que sou
da minha liberdade,
a roupa que visto disse para alguém
que sou, que sou ninguém.
O ônibus parecia me esperar
as grandes questões do mundo não,
tampouco a poesia tinha paciência.
O ônibus realmente espera:
mas vou ficar no banco da praça
não quero dançar essa valsa
não se preocupem, criarei raízes
não asas que voam infelizes.
Amanhã, quando tanto e tudo que observo
diminuir, minguar, sumirei
e assumirei ser rei
da minha servidão:
e então,
que magnífico:
serei livre na solidão,
serei eu e tanto quanto
só.
Para teu'spanto,
pedirei prisão perpétua
na alma que é tua
que atua perplexa
de nada compreender dos grandes momentos da vida:
o ônibus passou.
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