É no ato de correr, na prática do caminhar
que as ideias surgem livres e deliberadamente rarefeitas
sob a forma da respiração ofegante.
A alma tem liberdade, o espírito traduz no movimento
a sua rotineira prisão verbal, e os olhos
traçam no asfalto prosas e versos que, ao anotar,
não são mais os mesmos.
E poesia é isso
aquilo que era para ser escrito
acaba por ficar omisso
e o que não era
os outros acham bonito,
não como Leminski.
O que escrevo não vira sucesso,
raramente vira verso,
se vira, se vira para ser o inverso.
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