O sapo, se encanta com seu retrato
visto sob meia distância na lagoa.
O sapo, de ser alguém já estava farto,
e resolveu ser ele, assim, bem na boa.
O sapo, se admirava, beirando ao narcisismo
quando queria ser belo mesmo, era anarquismo.
O sapo, que leve coaxa
nada mais dos outros acha,
resolveu viver sua vida
sua tosca vida, vidinha de sapo
vida que no fim é esse trapo.
O sapo, esperto ele, desistiu
de tentar mudar o mundo inteiro
e resolveu ser apenas um sapo,
feliz, vagaroso, mas serelepe
quando as moscas aparecem.
Moscas que se importam
demais com a merda
alheia.
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