Evitar o amor não pode ser culpa
se a dor que se sentirá será tremenda,
se a nostalgia virá como onda cega
pronta para devorar a alma e o riso.
Não culpo os homens por não amarem
tampouco as mulheres por serem raivosas,
se o medo do amanhã consome nosso agora,
e se, sem demora, é a insegurança mãe da Gaia.
O amor, poesia mal feita e estranha,
cópia infiel das razões e dos sentimentos.
Vamos tomar a pílula do alívio, assim,
felicidade constante, abandonemos o sexo,
a carne, o ópio que é o sentir.
Evitemos tudo que se relacione com o ósculo,
evitemos as valsas e os sabores compartilhados,
o amor é lobo.
Aos homens que aprenderam como não amar:
fizeram bem, viverão em nirvana, lúcidos
enquanto parte desse meu ego, fantoche inato,
navega perdidamente nos semblantes femininos.
Sexta-feira blues de acordes improvisados.
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