22 de março de 2016

Venha, e olvide o resto.

Se quiser, venha, estou na árvore
lendo um conto de Edgar Allan Poe
enquanto o mundo se consome.

Se quiser, venha, estou na terra,
rindo de todos os tipos de ideias
desta nossa cidade, comédia grega.

Se quiser, venha, estou no ar
voando em um tapete mágico
acima de todos, e da própria lei.

Se quiser, venha, vamos gargalhar,
dos teóricos todos, e dos profetas
que descobriram a maiêutica e retórica.

Se quiser, venha, estou confuso
e para que tanta certeza
se o fraco é aquele que sabe de tudo?!

Se quiser, venha, linda menina,
Raulzito eu escuto, faço culto
insulto, surto, tenho o pavio curto.

Se quiser, venha, estou voando
longe, com os pássaros, sou feliz
e não preciso de como ou quando.

Se quiser, venha, nada importa
agora que te tenho por perto.

Vida cruel, triste desperto.

Estava a sonhar.

Mas, se quiser, venha,
saudade sinto,
e quando aqui estiver
apenas te aqueço, sem palavras,
sinto, sucinto.

Ressuscito meu desejo de ti,
que tive em fronteira hispanohablante,
e de ontem em diante.

Foi, ali na Argentina,
que sonhei,
doce menina.
 

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