30 de setembro de 2015

Não inventem beleza onde existe apenas dor, ou, tributo ao bashô catarinense.

E quando o escritor morrer
será consagrado, nome por todos
os periódicos e sanguinários televisores,
dirão da saudade e dos amores
que viveu, das paixões escritas,
por fim ele sairá nas revistas:
"O poeta deixou uma obra-prima
inédita, nunca, nunca lida".

E lembrarei a todos os que chorarem:
"O poeta viveu sua breve vida
e riam todos da sua rima".

E quando o escritor morrer
a solidão e a dor que sentiu
serão motivos para os críticos
elogiarem o que antes não se viu:
"seus contos são mais que míticos,
a morte trouxe um novo ícone".
Mas falarei a todos que concordarem:
"o escritor tinha raiva, era ciclone,
fazia tempestade em suas prosas,
agora vocês procuram rosas
n'onde somente há medos e espinhos,
vão, vão! sigam seus falsos caminhos,
o poeta quer apenar morrer em paz
coisa que em vida não conseguiu
jamais.

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