O peixe morde a isca
o sapo ignora e coaxa
o leitor nem pisca.
Do poema o que acha?
O peixe já está morto
o sapo ainda coaxando,
o leitor já olho torto.
Do que o poema está falando?
O peixe então assado
o sapo foi embora
o leitor já bem cansado.
Do que diz agora?
O peixe no banquete
o sapo feliz voltou
o leitor que me rejeite.
Do que falando estou?
O peixe no prato
o sapo ignora e coaxa
o leitor cansou, de fato.
O poema não encaixa.
O peixe então no garfo
o sapo fazendo o mesmo
do leitor não me safo.
Nem do poema a esmo.
O peixe, ai, na boca
o sapo está atento
o leitor, de poesia troca,
do poema e do seu fim
e sentido me ausento:
eis que deixo tudo assim
o sapo o leitor, ao vento.
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