29 de setembro de 2015

Quando o poema é a isca.

O peixe morde a isca
o sapo ignora e coaxa
o leitor nem pisca.
Do poema o que acha?

O peixe já está morto
o sapo ainda coaxando,
o leitor já olho torto.
Do que o poema está falando? 

O peixe então assado
o sapo foi embora
o leitor já bem cansado.
Do que diz agora?

O peixe no banquete
o sapo feliz voltou
o leitor que me rejeite.
Do que falando estou?

O peixe no prato
o sapo ignora e coaxa
o leitor cansou, de fato.
O poema não encaixa.

O peixe então no garfo
o sapo fazendo o mesmo
do leitor não me safo.
Nem do poema a esmo.

O peixe, ai, na boca
o sapo está atento
o leitor, de poesia troca,
do poema e do seu fim
e sentido me ausento:
eis que deixo tudo assim

o sapo o leitor, ao vento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente. Sempre é conveniente.