15 de julho de 2016
Ainda as cinco pétalas...
Meu bem, não quero a guerra,
nunca fui um soviético adorador de armas.
Eu luto pelo direito de silêncio
e pelas dores poéticas forjadas.
Eu luto pelo amor, esse andarilho
que vira e mexe vem no meu lar
pedir abrigo. Tolo, não nego.
Meu bem, a única guerra que me envolvo
é aquela que nenhum lado perderá.
É a guerra que não exige cara ou coroa,
é a guerra dos sonhos, é a guerra da vida
que já ganha, se perde, já perdida, se ganha.
Minha arma é a poesia, e meu adversário, eu mesmo.
Meu bem, não lhe peço muito, apenas o querer,
que te quero e que possas me querer, então.
Ou, não me querendo, que queira apenas querer
os desejos iguais, pois somos apenas humanos,
míseros humanos sempre procurando algo
para se perder.
Meu bem, é perdendo-se que encontra-se,
não há lógica nos pensamentos, comportamentos,
sentimentos e elementos que compõem o soneto.
O soneto, ele próprio, é falsidade e inútil.
É uma prosa qualquer, sem autoria, e sabeis,
somos apenas humanos, geniais humanos
amantes do verbo amar. Raivosos e furiosos,
mas sempre amando. Ainda que a palavra dura seja para alguns.
Meu bem, estes teus passos apressados,
que me enganam, certamente, me atraem
para um labirinto sem saída.
E eu me meto nesse beco, sabendo as consequências,
feliz por não me iludir e saber bem
o quanto as mulheres controlam a nós, homens.
E o quanto nós, homens, deixamo-nos controlar.
Meu bem, me entristece a guerra e o tédio.
Façamos pois monólogo de desejos bilaterais.
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