22 de julho de 2016

Poema derradeiro


Este poema, que não era para ser escrito,
que jamais foi planejado, que não se sabe de onde veio.
Este poema, que sepulta o infinito
rito dos românticos. Torna o imprescindível, algo alheio.

Este poema, ele não diz teu nome,
ele não diz pois a pronúncia consome
meu estado de paz, abala ainda, não finda
o eco.

Este poema
tenta
mas não resolve
o problema,
daquela
que tão presente
agora,
se ausenta.
E devora
memórias, sombras daquele sorriso
que assombra feito um demônio
minhas pífias memórias.

Este poema
quer ele, extirpar,
o tal dilema
de te recordar.

Este poema é um grito esquecido,
a terra que sai da pá do coveiro.
Este poema não era para ser lido,
tampouco escrito. (Teu) Poema derradeiro. 

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