Ela sempre reclamava
ou do amor que era demasiado
ou do amor que faltava,
engraçado é que me tinha ao lado
e sorria.
Aquela santidade nunca convenceu.
Eis que num belo dia,
de certo por falta de poesia
disse-lhe,
"o problema não é você, sou eu".
Ela já irritadiça com meus dilemas,
disse-me
"de agora em diante
ainda que o amor novamente se levante
é cada um com seus problemas".
Eu, que de besta tenho tudo
fui desbravar o mundo,
fui raso, fui fundo, fui leve.
Eis que num belo dia
em vários, para não mentir,
retorna a maldita poesia
como quem nada quer
fazendo-me correr
atrás daquela mulher.
Ela, sempre no seu orgulho
agora vem e me diz
"cada um com seus poemas".
Atente-se bela dama,
Leminski também dizia
"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima".
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima".
digo eu nesse instante
quem não valoriza
a quem te ama
sente um dia a vida vazia.
de agora em diante?
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