18 de fevereiro de 2016

Alma de velho, jeito de criança II

A rua inteira veio ver
o que no céu acontecia,
o menino ficava olhando
para o alto, pensando alto,
sorrindo alto, vivendo alto.

A rua inteira veio ver
mas ninguém encontrou,
olhares mil, brilhando no escuro,
íris de gatos, todos curiosos
para saber o que o menino
olhava, do que o menino ria.

A rua inteira veio ver
a rua intera não viu nada.
O menino não vai crescer
viverá de palhaçada.

Ele olhava a escuridão
a Lua que se escondia,
procurava poesia
em meio ao frio da solidão.

Procurava rir de tudo
e não se preocupar com nada,
isso meio mundo
não entendia. A rua inteira queria poder ver
e entender aquele menino,
mas para isso precisariam deixar de ser adultos,
precisariam buscar paz e graça em
meio ao extremo vazio da noite,

poucos são capazes,
asas não foram feitas 
para humanos.

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