20 de fevereiro de 2016

Alma de velho, jeito de criança III

Não vim ao mundo para ter
tampouco para ser alguém,
na verdade, quanto menos sou
mais me sinto e me conheço,
então, não vim para escrever
nem para ser escrito ou conhecido,
o anonimato me parece muito sadio,
e em quatro paredes (Céu, Terra, Lua e Mar)
a vida é mais gostosa.

Não vim ao mundo para entendê-lo
e se vim, agora desisto desse pensamento,
loucura seguirá incompreendida e crua.
Vim ao mundo para desentender
de tudo e de nada, para pular
amarelinha com canalhas e ladrões,
e apreender minha eterna alma de criança
aprendendo a ser infantil
com os adultos ao meu redor.

Não vim ao mundo por conta dos diplomas
nem por conta dos livros e metodologias,
a ciência é bela mas não é suficiente,
as páginas e os escritos maravilhosos
mas o ar puro das matas me atrai ainda mais.

Não vim ao mundo para deixá-lo passar.
Quando vier a morte, e ela chega sem avisos,
quero dizer para minha alma de velho
"alma de velho, jeito de criança"
e saber que saboreei os manjares e prazeres
tantos quantos quis.

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